Dificilmente nos imaginamos em situações complexas, com a
intuição de tentarmos achar soluções. Entretanto, isso ocorre
inúmeras vezes quando obras de filmes ou livros nos revelam uma
historia a qual nos desperta sentimentos de interrogações,
fazendo-nos repensar atitudes e decisões sobre o tal assunto.
Assim ocorreu-me quando olhei o filme "Uma prova de amor", proposto
na aula de Ética profissional do psicólogo.
A emocionante historia de vida de uma família que busca forças para
enfrentar a terrível luta pelo câncer descoberto inicialmente na
vida da filha Kate e a partir disso,fizeram mudanças em seu modo de
viver e de ser. Mudanças que transformaram dor em esperança, entre
as quais tomaram a importante decisão de tentar através da vida de
outro filho, salvar a vida da menina.
O filme nos mostra momentos de luta. Momentos em que nos é
permitido ver a força que é necessária, para enfrentar essa doença.
Uma família que sorria e brincava, sabendo que deveriam viver cada
dia intensamente, como se fosse o último.
A filha que foi gerada para contribuir com a vida da irmã,
levanta-nos uma questão difícil de ser analisada e julgada. Mesmo a
pedido da irmã, a resistência da doação, nos trás a tona um grande
problema ético, o qual envolve vidas. Seria certo com a filha mais
nova, Anna, a obrigação de doação de medula à sua irmã? Seria justo
a geração de um ser, para o suprimento da vida de outro, mesmo em
caso de vida e morte? Qual seria a atitude mais ética, quando duas
vidas então em jogo, uma feita para a outra?
Não seria fácil, tomar as decisões certas nesse caso. Sabendo que,
sua escolha pode ser a escolha da morte de alguém. Sendo difícil
analisar o caso como qualquer pessoa, tento imaginar o dilema dos
pais ao enfrentar essa situação. Uma mãe e um pai verem sua filha
morrer aos poucos, e ao mesmo tempo, ter que poupar a vida de
outra. E nesse circulo difícil de sair, outras vidas vão se
perdendo. O filho vê a luta da família, sofre juntamente, e ao
mesmo tempo se perde dele e de todos. A relação do casal adoecendo
e morrendo como se também dela, o câncer tivera tomado parte.
Vidas em jogo, num jogo que não nos permite errar. Provas de amor.
E não só de amor. Provas de superação, se confiança, de união.
Prova de vida, pois qual é a vida que não apresente decisões
difíceis e nelas muitas vezes nos cegamos diante do certo e errado.
E o que seria o certo e errado para salvar uma vida? Ainda mais de
quem amamos.
Achei que seria fácil, ao final desta reflexão, escrever algo
concluindo uma opinião sobre essa comovente história. Mas
enganei-me. A emoção contida ao pensar nesses pais, nesse filho e
nessas filhas, ao lutar juntos nessa busca de esperança na cura, só
me fez lembrar o que eu havia esquecido no início: não existe razão
no amor!
Amar já é a maior razão que podemos ter. E quando se trata de
vidas, o amor sempre deve estar acima de qualquer escolha e
decisão. Essa é a maior prova de amor!
Essa é uma Historia quase Parecida com a do Garotinho Pedrinho que Luta, pela Vida.